Criminosos usam ferramenta criada pelo Banco Central justamente para coibir golpes
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu nota, nesta semana, para alertar para o fato que golpistas tem utilizado cada vez mais o Pix para a prática de crimes virtuais. Segundo a instituição, uma das ações utilizadas pelos bandidos no momento é o golpe do Pix errado, que usa o Mecanismo Especial de Devolução (MED) criado pelo Banco Central para facilitar as devoluções no caso de fraudes e golpes.
Neste tipo de fraude, golpistas fazem um Pix para a possível vítima, normalmente para um número de celular, e entram contato dizendo que fizeram um “Pix Errado”.
Eles sugerem então que a vítima faça a devolução – mas para uma conta diferente da conta de origem do dinheiro. A partir do momento que a vítima decide fazer o Pix, ela caiu no golpe.
O golpista utiliza o MED – uma ferramenta criada justamente para coibir golpes – e em seguida aciona o procedimento, alegando que foi enganado pela pessoa que, na verdade, é a vítima.
Por meio deste mecanismo, os bancos envolvidos irão analisar a transação. Como o Pix devolvido foi feito para uma terceira conta, diferente da conta original da transferência, as instituições entendem que esta ação é típica de golpe e, daí, podem fazer a retirada do dinheiro do saldo da conta da pessoa enganada.
Se tiver êxito, além de receber o dinheiro devolvido espontaneamente, o golpista também recebe o valor pelo MED e a vítima fica no prejuízo.
Em 2023, houve 2,56 milhões de pedidos de devolução por suspeitas fraudulentas via Pix por meio do MED. No entanto, o atendimento desses pedidos só chegou a 32%.
Neste ano, dos mais de 2 milhões de pedidos feitos até junho, cerca de 1,36 milhão (quase 70%) foi rejeitado, segundo dados do Banco Central.
Os valores financeiros devolvidos por suspeita de fraude no primeiro semestre deste ano não chegam a 10% do valor total solicitado.
SAIBA COMO NÃO CAIR NO GOLPE
A Febraban alerta que ao receber um pedido de estorno de Pix por qualquer motivo, o cliente sempre deve fazer a transação para a conta original que o Pix foi feito.
– Para isso, o cliente deve entrar em seu aplicativo bancário e dentro das funcionalidades do Pix, utilizar a opção de devolução da transação recebida, que automaticamente envia o valor para a conta de origem. Nunca, em hipótese alguma, faça um estorno para uma terceira conta. Se tiver qualquer dúvida, ligue para seu banco – afirma José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
COMO DEVOLVER UM PIX ERRADO?
– Entre na área Pix do banco;
– Vá em Extratos, clique em “Devolver”;
– Desta forma, o dinheiro será devolvido diretamente para quem originalmente mandou o Pix;
– Sempre faça a operação de devolução dentro da ferramenta do aplicativo. Nunca faça o estorno para uma chave Pix nova.
A Febraban também recomenda que os clientes tomem muito cuidado com a exposição de dados pessoais em redes sociais, com emails de supostas promoções que tenham cadastros e com mensagens recebidas em aplicativos de mensagens.
*AE
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