A Bahia está entre os quatro estados brasileiros com maior quantidade de plantações de maconha erradicadas pela Polícia Federal (PF) durante a oitava fase da Operação Terra Livre. Em agosto, foram destruídas 63 toneladas da erva no estado baiano, que figura ao lado de Pernambuco, Maranhão e Pará na lista dos estados mais afetados.

Neste período, a PF descobriu 212.363 pés de cannabis sativa na Bahia e identificou 19 pontos de plantio em uma área do Polígono da Maconha de aproximadamente 240 mil km², que abrange cerca de 20 municípios do estado.

Segundo o delegado da PF, Décio Moura, há uma administração ilícita por trás dessas plantações, responsável pelo funcionamento do esquema que vai da produção à comercialização dos entorpecentes.

“Ali, o pessoal é mais característico do tráfico de drogas mesmo. Tem o financiador, que recruta os plantadores e, após a colheita, faz a distribuição. Então, ocorre o ganho dessas organizações criminosas, que envolvem grupos de plantadores, financiadores e o grupo de logística, que realiza a redistribuição”, explicou Moura.

Décio também revelou algumas das estratégias usadas pelos suspeitos para manter a vitalidade das plantas durante o cultivo. “Hoje em dia, eles estão até usando irrigação com energia solar. Colocam bombas d’água e fazem empuxos através de energia solar. Embora essas técnicas sejam raras, conseguimos identificá-las com nosso núcleo de inteligência, que faz o contato com a Polícia Militar para levantamento”, contou.

De acordo com o delegado, a região norte da Bahia é a mais alvo das operações de erradicação de cannabis sativa. As principais cidades foco dessas operações incluem Juazeiro, Curaçá, Abaré, Casa Nova, Remanso, Sobradinho, Sento Sé, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Antônio Gonçalves, Pindobaçu, Glória, Jacobina, Mirangaba, João Dourado, Xique-Xique, Irecê, Jussara, Cafarnaum e Canarana.

“Sempre que há uma suspeita ou informação sobre plantio ilícito, verificamos os locais para confirmar a existência de plantações. Se encontrarmos plantações e sinais de tráfico, atuamos. Mas sempre em colaboração com as forças integradas, especialmente com a PM”, destacou o delegado ao enfatizar o trabalho conjunto entre as instituições de segurança pública.

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