Iniciativa conta com a participação de 124 jovens contratados em Barreiras (BA

Produtores rurais e parceiros em Barreiras, no Oeste da Bahia, financiam um projeto que capacita jovens aprendizes como supervisores agrícolas. Com técnicas aplicadas no campo, os participantes produzem alimentos que são doados a instituições sociais da região.
Entre os produtos cultivados estão hortaliças, mandioca e batata-doce. Todo o alimento colhido é destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Na Fazenda Modelo Paulo Mizote, onde são produzidas mais de 10 culturas, idosos como Enedina e Almendes, de 70 e 73 anos, assistidos pelo Abrigo São João Batista, conheceram de perto a origem dos alimentos que consomem.
Segundo Diana Lúcia Oliveira, coordenadora do abrigo, que depende exclusivamente de doações, os alimentos recebidos são fundamentais para garantir a alimentação dos 28 assistidos.
“Eu costumo dizer que quando a gente chega com uma verdura fresquinha, é como se chegasse vida. Porque nós, se não tivéssemos aqui de doação, a gente precisa comprar e esse recurso financeiro para nós é difícil.” conta, Diana.

Solidariedade no campo
De acordo com João Vitor Saraiva, gerente da Fazenda Modelo, 124 jovens estão contratados para a capacitação técnica. O projeto, liderado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras (SPRB) e da Prefeitura Municipal de Barreiras.
“O jovem aprendiz contribui desde o plantio até a colheita desses suprimentos para as instituições. É gratificante, porque conseguimos ver um retorno de gratidão, de amor, de carinho”, afirma o gerente.
A produção também abastece o Hospital do Oeste e beneficia crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade atendidos pelo Projeto Cata Vento.

Para Danilo Grindatto, coordenador operacional do Projeto Cata Vento, a doação é essencial para as 473 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos atendidos pela entidade.
“É muito importante porque nos oferece verduras e hortaliças de ótima qualidade. Agradeço de verdade a esse projeto, porque está ajudando de forma exemplar. Muita gente deveria fazer o mesmo”, ressalta Grindatto.
A iniciativa não apenas forma supervisores agrícolas, mas também cidadãos solidários, conscientes da grandeza de produzir para alimentar.
“Sempre digo a eles, todas as vezes que venho aqui: isso que vocês estão fazendo é muito mais do que apenas aprender a plantar e colher”, reforça Diana Lúcia Oliveira, coordenadora do abrigo.

Ana Beatriz Nascimento, jovem aprendiz de 19 anos, conta que encontrou na experiência na fazenda o que esperava.
“Acho maravilhoso, porque a gente vê que muita gente precisa. Fazer esse trabalho, colher e entregar para essas pessoas, saber que elas vão receber, é um prazer nosso. A gente fica feliz por elas”, conclui a jovem.