Àrea cultivada de feijão em 2022 na Região de Irecê
A Região de Irecê, que produziu muito feijão nas décadas passadas, pode voltar a se destacar na produção do grão. Essa retomada ocorre em meio a um cenário climático favorável, com a regularização das chuvas nos últimos anos e a influência das características La Niña, que promete intensificar as precipitações na região.
A agricultura de sequeiro, que havia perdido força, retornou com vigor desde 2020, impulsionada por práticas agrícolas modernas e pelas condições climáticas mais adequadas.
Mesmo com uma redução de 39% na área plantada no Brasil, a produção de feijão cresceu 30%, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), evidenciando o impacto positivo de tecnologias de supervisão e manejo adequado.
Além da agricultura de sequeiro, a irrigação por gotejamento, sementes de alta qualidade e o uso racional de recursos hídricos têm contribuido para os bons resultados mesmo em áreas semiáridas.
As chuvas registradas já neste mês de novembro de 2024 animam o setor agrícola da região. De acordo com os principais centros meteorológicos, a influência do La Niña pode manter o ritmo de precipitações acima da média, beneficiando a safra de 2025.
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“ Há última safra de feijão que tive foi em 2007. De lá para cá, acumulei muitas perdas e prejuízos por conta dos anos de seca. Mas este ano promete, estou bastante animado. Além do millho, reservei uma área de 30 tarefas para eu plantar feijão”, disso o agricultor José Ricardo dos Santos, ao Central Notícia.
O La Niña ocorreu em 2016, 2010, 2007, 1998 e 1995, sendo que o episódio mais recente perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.
“Plantamos no pivô com uma semente selecionada da Embrapa, que deu muito boa. Parte do nosso plantio foi para o consumo e outra comercializamos. Este ano a produção foi melhor, também devido às chuvas frequentes, e a expectativa para 2025 é ainda melhor, com a La Ninã”, disse ao portal A Tarde, Aidano Cardoso Martins, agricultor que cultiva feijão para o consumo e comercialização em Irecê, que já foi conhecida como a Capital do Feijão.
O feijão-de-corda, o fradinho e o carioca são os principais tipos cultivados, que já garantiu não apenas o abastecimento local, mas também a comercialização para outras regiões do país.
Com o retorno das chuvas e a eficiência das novas práticas agrícolas, a Região de Irecê consolida sua trajetória de recuperação no cenário nacional, trazendo otimismo para os agricultores e reforçando sua relevância econômica e histórica como um dos polos mais importantes da cultura do feijão no Brasil.