Houve acordo entre governo e oposição sobre o tema
Câmara dos Deputados Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (18) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 210/24, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), que revoga a recriação do seguro obrigatório de veículos automotores (SPVAT, antigo DPVAT). A proposta agora será enviada ao Senado para análise.
O projeto, que faz parte das medidas do governo para conter gastos e alcançar a meta fiscal a partir de 2025, estabelece limites para despesas com pessoal e incentivos tributários em caso de déficit primário. Além disso, o texto permite o uso do superávit de quatro fundos para pagamento da dívida pública entre 2025 e 2030.
O relator da proposta, deputado Átila Lira (PP-PI), incluiu a revogação da Lei Complementar 207/24, que havia recriado o DPVAT em maio deste ano. A mudança no texto foi resultado de um acordo com o governo.
– Pacificamos uma orientação fundamental para unificar o Plenário. Volta ao texto o cancelamento do DPVAT – afirmou José Guimarães.
Lyedja Yasmin portava um revólver, livros sobre serial killers e três facas. Aluna foi mobilizada por colega de classe depois de disparo
Uma estudante de 19 anos atirou contra um colega dentro de uma escola pública em Natal (RN), na manhã de terça-feira (17/12). Identificada como Lyedja Yasmin Silva Santos, a jovem deixou uma carta de despedida, afirmando que “agiu sozinha e adquiriu tudo por conta própria”. Junto dela a polícia encontrou um revólver calibre .38, livros sobre serial killers e três facas.
Veja o bilhete deixado por Lyedja Yasmin:
Na mensagem deixada na carta, a jovem escreveu que buscava “encontrar a paz” após realizar o atentado, sugerindo que pretendia tirar a própria vida após executar o plano. O caso aconteceu na Escola E. Berilo Wanderley, que suspendeu todas as atividades até quinta-feira (19/12).
Durante o ataque, Lyedja tentou disparar todas as munições, mas apenas um tiro foi efetuado. Um aluno de 18 anos foi atingindo de raspão na cabeça. Ela também tentou atirar contra uma professora, mas a arma falhou. As investigações da Polícia Civil apontam que Lyedja planejava atingir alvos escolhidos, mas os disparos acabaram sendo aleatórios.
Lyedja Yasmin foi imobilizada por um terceiro estudante.
Investigadores veem possíveis delações do “Rei do Lixo” e de outros presos da Operação Overclean com potencial para virar nova Lava Jato
As notícias sobre propostas de delação premiada da Polícia Federal ao empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” da Bahia, e a outros presos na Operação Overclean têm aterrorizado alguns gabinetes em Brasília.
A coluna apurou que Marcos Moura prestou depoimento à PF na segunda-feira (16/12), em Salvador, no âmbito da Operação Overclean, que investiga suposto esquema de desvio de recursos públicos e fraudes em licitações.
Durante o depoimento, o delegado da Polícia Federal responsável pela oitiva chegou a ofertar a possibilidade de colaboração para o empresário. O “Rei do Lixo”, no entanto, recusou a oferta inicialmente, segundo aliados.
O empresário foi preso em 10 de dezembro e, desde então, está no Centro de Observação Penal da Penitenciária Lemos Brito. Fontes da PF não descartam, porém, que Marcos Moura venha a mudar de ideia sobre delação premiada.
A avaliação entre os investigadores é de que uma eventual colaboração do “Rei do Lixo” e de outros envolvidos na Operação Overclean teria potencial de tornar a investigação uma espécie de “nova Lava Jato”, atingindo políticos graúdos.
Advogados do vereador eleito e do Rei do Lixo refutam qualquer possibilidade de delação nesse momento. Eles avaliam que a investigação precisa ser completamente conhecida e que o caso ainda é recente para acordos de colaboração.
Prefeitura de Salvador em “pânico”
A prisão de Marcos Moura também provocou pânico na Prefeitura de Salvador, comandada atualmente por Bruno Reis (União Brasil). Membros do alto escalão da gestão Reis se dizem apreensivos e temem que a investigação chegue ao prefeito.
Marcos Moura é dono da MM Consultoria Construções e Serviços, empresa investigada na operação e que possui contratos bilionários com a gestão da capital baiana e com prefeituras administradas pelo União Brasil.
O empresário também tem relação com outros caciques do partido, ao qual ele próprio é filiado. Entre eles, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e o senador Davi Alcolumbre (AP), provável próximo presidente do Senado.
País afirma ter criado imunizante do tipo mRNA “capaz de suprimir o desenvolvimento de tumores e possíveis metástases”
Renderização 3D de formação médica com células virais em fitas de DNA Foto: Freepik
Você com certeza deve conhecer alguém que já teve ou luta atualmente contra o câncer; se você mesmo não passou ou passa por essa difícil situação. O câncer trata-se de uma das doenças mais cruéis e comuns em todo o mundo e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das principais causas de mortes no planeta. Diante desse cenário, há uma corrida global para o desenvolvimento de novos tratamentos contra a doença, e a Rússia anunciou ter dado um passo importantíssimo nesse sentido: o desenvolvimento de uma vacina com tecnologia de RNA mensageiro que está prevista para ser disponibilizada gratuitamente a pacientes do país no ano de 2025.
Por meio de sua agência estatal de notícias, a Tass, o país governado por Vladimir Putin anunciou no último dia 14 ter criado um imunizante capaz de suprimir o desenvolvimento de tumores e possíveis metástases. A notícia foi dada pelo diretor-geral do Centro de Pesquisa Médica em Radiologia do Ministério da Saúde da Rússia, Andrey Kaprin.
A vacina em questão foi desenvolvida em colaboração com diversos centros de pesquisa da FMBA (Agência Federal Médica e Biológica). Veronika Skvortsova, chefe da agência, disse no último dia 25 de novembro que foram três anos de testes, e que a vacina deve começar a ser usada em pacientes no próximo ano. Neste primeiro momento, o público-alvo serão pessoas que já tiveram a doença e precisam impedir a reincidência.
O QUE É O CÂNCER? Para saber como a vacina funciona, precisamos compreender primeiramente no que consiste o câncer. Trata-se de um conjunto de mais de 100 doenças que possuem em comum o crescimento desordenado de células. Essas células se dividem rapidamente invadindo e danificando tecidos e órgãos ao seu redor. Isso ocorre, geralmente, quando há mutações no DNA das células que alteram seu comportamento.
O câncer pode aparecer praticamente em qualquer parte do organismo, até mesmo nos ossos. A depender da região do corpo, ele recebe um nome diferente. Os tipos mais comuns atualmente, segundo a OMS, são o câncer de mama, o de pulmão, o de cólon, o de reto e o de próstata. No entanto, às vezes, essas células podem invadir até mesmo regiões distantes da origem do tumor, em um processo conhecido como metástase.
Os fatores que motivam o câncer são variados, e vão desde herança genética a estilos de vida não saudáveis, como no caso do tabagismo, por exemplo. Entre as opções de tratamento usadas atualmente estão a quimioterapia, radioterapia, cirurgia, imunoterapia e terapia-alvo.
Vacina (imagem ilustrativa) Foto: Unsplash / Ian Talmacs
COMO FUNCIONA A VACINA RUSSA? Justamente porque cada tipo de câncer possui características genéticas e moleculares específicas, o desenvolvimento de vacinas enfrenta vários desafios. Até mesmo dentro do mesmo tipo de câncer, as células tumorais podem variar muito de paciente para paciente. Então, como a Rússia conseguiu desenvolver uma vacina para o câncer?
Apesar do anúncio, ainda não há muitos detalhes sobre esse imunizante. Sabe-se, porém, que ele utiliza a técnica RNA mensageiro, também conhecida como mRNA. O mRNA (ácido ribonucleico mensageiro) é uma molécula que possui instruções genéticas para a produção de proteínas. As vacinas que utilizam essa técnica introduzem um fragmento do RNA no corpo do paciente para ensinar o sistema imunológico dele a reconhecer e combater o agente causador da doença.
Assim, basicamente, uma vacina de mRNA contém instruções para a produção de uma proteína específica encontrada na membrana de um vírus ou de uma célula cancerígena contra a qual a vacina está sendo desenvolvida.
Após a produção dessa proteína, o sistema imunológico a reconhece como estranha, percebendo que ela não faz parte das células do corpo. E assim, ele produz uma resposta imunológica, criando anticorpos contra essa proteína. E já que nosso corpo é inteligente, possuímos algo chamado memória imunológica. Assim, após essa primeira resposta, o organismo se lembrará da proteína caso entre em contato com a doença real no futuro e responderá para combatê-la ou atenuá-la.
Uma das vantagens das vacinas com mRNA é que elas podem ser facilmente alteradas para responder a diferentes variantes ou mesmo a diferentes tipos de doenças. E é justamente esse o plano do imunizante russo para lidar com a variedade do câncer. A ideia é produzir uma vacina exclusiva, individualizada, com base na análise genética do tumor de cada paciente, para ensinar o corpo dele a reconhecer as células cancerígenas e combatê-las.
De acordo com o diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya, Alexander Gintsburg, os ensaios pré-clínicos da vacina mostraram que ela suprime o desenvolvimento do tumor e eventuais metástases, contudo, ainda não foram divulgados detalhes sobre a taxa de eficácia e quais tumores ela é capaz de combater.
Vale lembrar que outros países também estão se dedicando a esse tema. As farmacêuticas Moderna e Merck & Co, por exemplo, estão se dedicando a produzir uma vacina contra o melanoma, o câncer de pele, enquanto neurocientistas da Universidade da Flórida estão testando um imunizante de mRNA contra o câncer cerebral.