O resultado da eleição municipal nas maiores cidades da Bahia animou a oposição ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). “Ganhamos em 22 das 30 maiores cidades, e em uma há segundo turno [Camaçari]”, diz o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), que disputou a eleição contra o governador há dois anos.
Segundo Neto, o resultado mostra uma rejeição ao governo dele nos grandes centros urbanos. “Não há dúvida que o governador sai muito fragilizado desse processo”.
A principal vitória opositora foi em Salvador, onde Bruno Reis (União Brasil) foi reeleito no primeiro turno.
O candidato do petista foi seu vice-governador, Geraldo Júnior (MDB), que amargou um terceiro lugar, ficando atrás do nome do PSOL. “É uma derrota muito contundente do governador na capital”, afirma Neto.
Ele diz que ainda não há uma discussão sobre disputar novamente o governo do estado em 2026. “Vamos primeiro saborear essa vitória e depois vemos o que fazer”, afirma.
Com apoio expressivo, Quinha lidera eleições em Angical, superando Antônio Neto e Nado
Quinha Lidera nas Urnas
No último pleito municipal em Angical, Oeste da Bahia, Quinha (Mônica Maria Rodrigues das Chagas Dias), do partido Avante, foi eleita prefeita para o mandato de 2025 a 2028. A candidata obteve 44,92% dos votos, equivalendo a 4.804 votos, numa disputa acirrada com Antônio Neto do Podemos, que alcançou 43,54% ou 4.657 votos. Nado, do PT, ficou em terceiro lugar, com 11,54% dos votos, somando 1.234 votos.
Participação dos Eleitores
Angical, que conta com 11.177 eleitores aptos, teve uma alta participação eleitoral. Dos eleitores habilitados, 10.945 compareceram às urnas, enquanto 161 votos foram anulados e 71 votos foram em branco, demonstrando um engajamento significativo da população local nas decisões políticas.
Resultado dos Vereadores
A composição da câmara municipal também passou por renovação. Décio Coité Filho, do Avante, foi o vereador mais vota do com 649 votos. Outros eleitos incluem Milton Ferreira do Podemos com 639 votos, e Noelzão do PP, que garantiu uma cadeira com 614 votos. A representatividade feminina fica por conta de Juliana Sales, também do Podemos, eleita com 578 votos.
Implicações Políticas
Esses resultados refletem as preferências e expectativas dos eleitores de Angical em relação à governança municipal. A eleição de Quinha como prefeita, apoiada por uma margem estreita, sinaliza um cenário político competitivo, onde cada voto foi crucial para definir o futuro administrativo e político de Angical.
Olhar para o Futuro
O novo quadro político de Angical aponta para desafios e oportunidades que Quinha e os vereadores eleitos enfrentarão. Com o mandato estabelecido até 2028, espera-se que as novas lideranças tragam inovações e respostas aos anseios da população local, mantendo a cidade na rota do desenvolvimento e da estabilidade política.
Prefeito do município e candidato à reeleição, Dr. Laércio (PSB), foi reeleito em Ibotirama com uma frente histórica. Ao todo, ele obteve 13.524 votos, alcançando uma vantagem de 10.675 votos sobre o segundo colocado, neste domingo (6).
Com o resultado definido matematicamente antes mesmo do encerramento da apuração, milhares de pessoas lotaram a Avenida Ex-Combatente, no centro, para comemorar a vitória. A festa contou com banda e trio elétrico, onde Dr. Laércio discursou para o público que o acompanhava.
“Graças a Deus, o povo foi vitorioso. Eu realmente acho que não dá para querer ser prefeito apenas por ser prefeito. Aqui é trabalho, gente, aqui tem que trabalhar. Nós vamos trabalhar dia e noite nestes próximos quatro anos pelo povo”, disse.
Dr. Laércio tem 35 anos, é médico, casado, pai de dois filhos e disputou as eleições pela coligação “Ibotirama Continua Avançando”, composta pelo PSB, Republicanos, MDB e a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV). O vice-prefeito eleito é Filú Pescador, do PT.
Danilo Henrique (PP) agradeceu nesta segunda-feira (07) os 27.636 votos que recebeu na disputa eleitoral para a Prefeitura de Barreiras. Ficando em segundo na disputa, Danilo ressaltou a campanha leve e propositiva que fez, destacou que lutou contra duas “máquinas públicas” e que, mesmo assim, mostrou que grande parte de Barreiras clama por mudança.
“Se fosse para fazer tudo de novo, mesmo sabendo do resultado, eu faria. Fizemos história na cidade, nesta minha primeira disputa eleitoral. Nós ouvimos as pessoas, apresentamos propostas e recebemos muito carinho em troca. Minha gratidão aos mais de 27 mil barreirenses que confiaram em nosso projeto, continuarei honrando essa confiança de vocês”, afirmou.
Danilo ressaltou ainda que lutou contra duas máquinas públicas durante a campanha e não fez ataque pessoal aos adversários: “Tivemos que enfrentar a máquina da Prefeitura e a máquina do Governo do Estado, e, mesmo assim, tivemos uma grande votação. Não fiz ataque pessoal aos adversários, muito pelo contrário reconheci a contribuição de todos os gestores que passaram por Barreiras”, reforçou.
“Agradeço à minha família, que não soltou a minha mão hora nenhuma, à minha vice Karlúcia, pela jornada, ao meu grupo político, a todos nossos candidatos e candidatas a vereador e a vereadora e a toda minha equipe, que fez uma campanha linda, leve e de referência para toda a região”, disse Danilo.
Danilo declarou ainda que reconhece o resultado democrático das urnas e que vai seguir lutando, ouvindo as pessoas e “buscando o melhor para Barreiras”.
O vice-governador e então candidato à prefeitura de Salvador, Geraldo Jr. (MDB), encerrou sua participação nas eleições de 2024 com um resultado histórico, pelo lado negativo. O emedebista registrou o pior desempenho de um candidato apoiado pelo PT na disputa municipal desde 1992, recebendo 137.090 votos e ocupando a terceira colocação.
Com 99,86% das urnas apuradas até às 20h03 deste domingo (6), Geraldo não tem mais como ultrapassar a candidatura de Alice Portugal (PCdoB) em 2016, que recebeu 193.102 votos, que detinha o posto de pior desempenho até então.
Veja a série histórica com dados coletados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE):
2020 – Major Denice – 228.942 votos – Perdeu no 1º turno
2016 – Alice Portugal – 193.102 votos – Perdeu no 1º turno
1992- Lídice da Mata – 370.720 votos – Eleita em 2º turno
Geraldo ficou em 3º lugar na eleição, ficando atrás do prefeito reeleito Bruno Reis (União), que bateu recorde histórico e passou dos 1 milhão de votos, e Kleber Rosa (Psol), que foi o candidato do Psol mais bem votado da história do partido na disputa pela prefeitura da capital baiana.
Bolsonaro deu entrevista a uma rádio de São Paulo e questionou investigação sobre facada.| Foto: Sebastião Moreira/EPA/EFE
A direita ligada a Jair Bolsonaro (PL) sai do primeiro turno das eleições municipais mostrando força em todas as regiões do país. Em 17 das 26 capitais em disputa, candidatos apoiados pelo ex-presidente foram eleitos ou estão no segundo turno. Já presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o PT, por outro lado, conseguiram eleger no primeiro turno ou levar para o segundo turno apenas 7 candidatos nas 26 capitais.
Para deputados federais da direita, a vantagem dos candidatos ligados a Bolsonaro deve fortalecer o campo conservador sobre a esquerda em 2026, quando serão realizadas eleições para deputado, senador, governador e presidente da República (leia a repercussão dos resultados na segunda parte desta reportagem).
Na maior cidade do país, São Paulo, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, ficou em primeiro lugar, com 29,4% dos votos, e vai para o segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL), que obteve 29%; Pablo Marçal (PRTB) conseguiu conquistar parte da direita, mas não o suficiente para continuar na disputa, com 28,1% dos votos.
O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não lançou candidato em São Paulo; apoia Boulos e colocou a ex-prefeita Marta Suplicy como vice. Alternativa da esquerda mais competitiva, Tábata Amaral (PSB), amargou o quarto lugar, com menos de 10% dos votos.
Em Belo Horizonte (MG), Bruno Engler (PL), apoiado por Bolsonaro desde a eleição de 2020, foi o mais votado, com 34,3% dos votos, e vai disputar o segundo turno contra o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que ficou com 26,5%. Mauro Tramonte (Republicanos), que também captou parte da direita, ficou em terceiro lugar, com 15,2% dos votos, e está fora da disputa. Os candidatos de esquerda mais competitivos, Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), patinaram, terminando em quinto e sexto lugar, respectivamente, somando 12% juntos.
No Rio de Janeiro, o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), líder nas pesquisas desde a pré-campanha, confirmou o favoritismo e se reelegeu no primeiro turno. Mas Alexandre Ramagem (PL), que estreou na disputa municipal com forte apoio da família Bolsonaro, conseguiu 30,8% dos votos, quase um terço do eleitorado, o que também prova a influência do ex-presidente na cidade. O candidato a vereador mais votado no Rio, novamente, foi Carlos Bolsonaro (PL).
No Sul, Bolsonaro também mostrou força. Em Florianópolis (SC), Topázio Neto (PSD) o atual prefeito, foi reeleito com 58,4% dos votos. Ele foi apoiado por Bolsonaro e pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). O segundo colocado foi Marquito (PSOL), com 22,2%; o candidato do PT, Lela, ficou em quinto lugar, com apenas 5,7%.
No Nordeste, onde Bolsonaro perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, candidatos da direita despontaram. A vitória mais expressiva para a direita ocorreu em Maceió (AL), onde o candidato de Bolsonaro, João Henrique Caldas (PL), o JHC, foi reeleito prefeito no primeiro turno com mais de 83% dos votos. Em Fortaleza (CE), André Fernandes (PL) ficou em primeiro lugar, com 40,2%, e vai como favorito para o segundo turno contra Evandro Leitão (PT), que obteve 34,3%. Em Aracaju (SE), Emília Correa (PL), também liderou a disputa do primeiro turno, com 41,6%, e é favorita para vencer Luiz Roberto (PDT) no segundo turno.
Em João Pessoa (PB), o candidato de Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde, vai para o segundo turno, mas o favorito é Cícero Lucena (PP), de centro-direita, que quase ganhou a eleição no primeiro turno, com 49,1%. Em Recife (PE), o candidato de Bolsonaro, Gilson Machado (22), perdeu de lavada, com apenas 13,9% dos votos, para João Campos (PSB), da esquerda moderada, que sempre foi favorito segundo as pesquisas. Ele foi reeleito com 78,1% dos votos.
O Centro-Oeste, que se tornou tradicional reduto da direita, também mostrou a força de Bolsonaro. Em Goiânia (GO), Fred Rodrigues (PL), apoiado por Bolsonaro, foi o mais votado, com 31,1% dos votos, e vai para o segundo turno contra Sandro Mabel (União), de centro-direita, que obteve 27,6%. Em Cuiabá (MT), o candidato de Bolsonaro, Abilio Brunini (PL), também liderou, com 39,6% e vai para o segundo turno como favorito contra Lúdio (PT), que obteve 28,3%.
Em Campo Grande (MS), a disputa foi apertada entre duas candidatas da centro-direita: Adriane Lopes (PP), que obteve 31,6% dos votos, e Rose Modesto (União), que conseguiu 29,5%. Na capital de Mato Grosso do Sul, o candidato de Bolsonaro, Beto Pereira (PSDB), ficou em terceiro lugar, com 25,9%; e a de Lula, Camila Jara (PT), em quinto, com 9,4% dos votos.
Na maioria dos estados do Norte, candidatos de Bolsonaro foram eleitos ou disputarão o segundo turno. A vitória mais expressiva da direita foi em Boa Vista (RR), onde o atual prefeito, Arthur Henrique (MDB), apoiado por Bolsonaro, foi reeleito com 75,1% dos votos. Os únicos candidatos de esquerda na capital de Roraima, Mauro Nakashima (PV) e Lincoln Freire (PSOL) somaram juntos menos de 2% dos votos.
Em Rio Branco (AC), Tião Bocalom (PL), foi reeleito prefeito com 54,8% dos votos. Ele contou com o apoio de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e do governador do Acre, Gladson Cameli (PP).
Em Porto Velho (RO), Mariana Carvalho (União), que teve apoio de Bolsonaro, do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) e do governador de Rondônia, Marcos Rocha, ficou em primeiro lugar, com 44,5%, e vai para o segundo turno contra Léo (Podemos), com 25,6%.
Em Palmas (TO), Janad Valcari (PL), ficou em primeiro lugar, com 39,2% dos votos, e vai disputar o segundo turno contra Eduardo Siqueira Campos (Podemos), que obteve 32,4%.
Em Manaus (AM), o candidato de Bolsonaro, Capitão Alberto Neto (PL), ficou em segundo lugar, 24,9% dos votos, e vai para o segundo turno contra David Almeida (Avante), que obteve 32,1%. Em Belém, Eder Mauro (PL), candidato de Bolsonaro, ficou com 31,4%, e também vai para o segundo turno contra Igor (MDB), que obteve 44,8% dos votos.
Deputados da direita celebram resultados
Vários deputados da direita celebraram os resultados deste primeiro turno, sinalizando que em 2026 a direita virá mais forte no eleitorado para derrotar Lula e a esquerda na eleição presidencial.
“O Brasil está mostrando nas urnas que deseja mudança. As pessoas estão cansadas do caos social e do autoritarismo disfarçado de democracia. O avanço da direita em todo o país mostra que o brasileiro luta pela soberania nacional, além da ordem, progresso e respeito aos valores que fundam nossa nação”, disse Silvia Waiãpi (PL-AP).
“Essas eleições confirmam que o Brasil está acordando para uma agenda mais conservadora e patriótica. As pessoas querem mais segurança, educação de qualidade e respeito aos nossos símbolos nacionais. A direita cresce porque fala diretamente ao coração da nossa gente” afirmou Sargento Gonçalves (PL-RN).
“Os resultados deste domingo mostram que o brasileiro não quer mais ser refém de narrativas progressistas que enfraquecem nossa economia e desrespeitam nossas tradições. O crescimento da direita é uma resposta direta ao fracasso das políticas populistas”, disse Rodolfo Nogueira (PL-MS).
“O que vimos hoje é apenas o começo. O Brasil está caminhando rumo a um futuro mais promissor, onde os valores cristãos, a liberdade econômica e o respeito à vida e à propriedade serão cada vez mais defendidos. A direita está mais forte do que nunca, e vamos continuar a avançar”, disse o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE).
“A população brasileira está dizendo claramente que quer menos governo e mais liberdade. O crescimento da direita nas urnas representa a vontade de um Brasil mais livre, próspero e seguro para todos”, afirmou o deputado federal Sanderson (PL-RS).
Ailson Selis, do AVANTE, foi eleito neste domingo (6) prefeito de Muquém do São Francisco (BA) para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, Ailson Selis teve 4.486 votos, 52,72% dos votos válidos (dados a todos os candidatos).
Os dados foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Confira o resultado do 1º turno em Muquém do São Francisco após a apuração:
Ailson Selis (AVANTE): 4.486 votos, 52,72% dos votos válidos
Mara Rios (PT): 4.023 votos, 47,28% dos votos válidos
A eleição em Muquém do São Francisco teve 8.826 votos totais, o que inclui 63 votos brancos, 0,71% dos votos totais, e 254 votos nulos, 2,88%.
A abstenção foi de 979 eleitores, 9,98% do total de aptos a votar nas eleições 2024 na cidade.
Quem é Ailson Selis
Ailson Selis tem 39 anos, é solteiro, tem ensino médio completo e declara à Justiça Eleitoral a ocupação de empresário. Ele declarou um patrimônio de R$ 1.285.000.
O vice-prefeito eleito em Muquém do São Francisco é Hiu Magalhães, do PODE, que tem 42 anos.
Os dois fazem parte da coligação MUQUÉM EM BOAS MÃOS, formada pelos partidos AVANTE, PP e PODE.