ma.to.pi.ba.Projeto jornalístico aponta caminhos para equilíbrio entre o agronegócio, conservação e justiça socioambiental
Durante dez meses a equipe de reportagem da Eco Nordeste trabalhou em um projeto jornalístico especial onde, além de abordar os problemas provocados pela escalada do agronegócio na região da fronteira agrícola do Matopiba, deu voz àqueles que estão do outro lado, mas que são os que acompanham e sentem de perto o impacto das ações que eleva o desmatamento no Cerrado, viola direitos e traz muitas outras mazelas. Em um total de 36 matérias e oito reportagens especiais o Projeto ma.to.pi.ba., encerrado agora no fim do mês de outubro, contou a histórias de pessoas, comunidades e instituições locais cujas iniciativas apontam caminhos que permitem pensar em possibilidades de como conciliar a produção agrícola brasileira com a conservação e a justiça socioambiental e climática. Todo o conteúdo publicado pode ser lido na íntegra no site da Eco Nordeste, acessível por meio do link: https://agenciaeconordeste.com.br/projetos/matopiba/.
Além de ouvir as vozes das comunidades, as repórteres Alice Sales e Camila Aguiar entrevistaram especialistas, institutos de pesquisa e organizações da sociedade civil. Mais que isso, elas foram a campo para conhecer os territórios e os modos de vida das comunidades tradicionais que vivem na região. O primeiro destino visitado foi a cidade de Balsas, no sul do Maranhão, onde esteve no mês de janeiro Alice Sales. Durante dez dias, a repórter pode ver de perto os impactos socioambientais causados pelo agronegócio no município que é líder no ranking de desmatamento do Cerrado, segundo dados detectados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado).
Ainda durante a sua estadia no município, Alice Sales testemunhou as pressões exercidas pelas fazendas de commodities sobre lideranças, famílias e comunidades ameaçadas e sentiu na pele o clima de medo e tensão. Mas, também, conheceu o trabalho de pessoas que estão trabalhando para manter florestas em pé e nascentes preservadas, seja por meio da arte, do turismo sustentável ou do plantio de mudas de espécies nativas.
Em junho, foi a vez de Camila Aguiar pegar a estrada em direção ao oeste baiano. Acompanhada do fotógrafo Eduardo Cunha, a repórter percorreu cerca de 3.200 km pela região que, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), representa o espaço mais antigo e fortemente consolidado do Matopiba. Em nove dias de viagem, a equipe visitou oito comunidades, em seis municípios: Correntina, Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Formosa do Rio Preto – cidade que junto com São Desidério, lidera a produção de grãos do Matopiba e, ainda, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, municípios que juntos apresentam o maior PIB (Produto Interno Bruto) do território agrícola e o quinto maior PIB da Bahia.
Durante as visitas, a equipe entrevistou 36 pessoas, coletou imagens e conheceu histórias de moradores que resistem de forma resiliente ao avanço do agronegócio e do implemento dos equipamentos movidos a moto e utilizam recursos tradicionais, como as rodas d´água e regos, para irrigar a terra e garantir a produção familiar. Sobre a experiência vivida, a repórter afirmou: “Como jornalista foi uma experiência de muito crescimento e como cidadã brasileira foi uma oportunidade de ver um pouco mais dessa imensa riqueza que o Brasil tem, de natureza, paisagens, povos, culturas. Infelizmente, o que vimos também foi a realidade dos conflitos e injustiças ambientais que se reproduzem de Norte a Sul, e a luta das comunidades para manterem seus territórios e bens comuns, dos quais dependem para viver”.
Para a repórter, “ao invés de investir em grãos para exportação em um formato produtivo tão devastador, o País poderia fomentar as práticas e saberes dessas pessoas que há gerações sabem como viver e produzir no Cerrado, para expandir essa agricultura familiar sustentável, melhorar a vida dos agricultores e agricultoras e garantir alimentos de qualidade para o povo brasileiro”.
Editora do Projeto ma.to.pi.ba., Verônica Falcão afirma que “constatar in loco que o Cerrado e suas populações tradicionais estão sendo dizimados, com a chancela do poder público, para dar lugar à agricultura que produz principalmente commodities, e não alimento, motivou ainda mais a equipe a buscar soluções para salvar a ‘savana brasileira’”.
A editora enfatiza ainda que durante a execução do trabalho todos aqueles que sugeriram à equipe mudanças no Matopiba foram unânimes em pelo menos uma questão: “usar pastos degradados para o plantio evitará mais desmatamento. Ou seja, é possível parar com a destruição sem parar de produzir milho e soja para exportação”, diz.
Maristela Crispim, editora-chefe da Eco Nordeste e coordenadora do Projeto ma.to.pi.ba., conclui: “O Projeto ma.to.pi.ba. foi a melhor oportunidade para trazer à tona muitas histórias sobre as belezas e riquezas da sociobioeconomia do território que foi designado pelo governo como uma fronteira agrícola, mostrar a violência deste avanço e que há oportunidades de desenvolvimento em bases mais sustentáveis. Ele considerou, inclusive, a existência e a importância de políticas públicas neste sentido. Espero que nossa equipe tenha conseguido plantar uma semente de esperança por dias melhores para toda a população que vive e trabalha na região”.
Além das matérias e reportagens especiais, o Projeto ma.to.pi.ba. – iniciativa multimídia realizada com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), resultou na entrega de seis web stories, na série de podcasts com seis episódios “Onde Morre e Nasce o Cerrado” (disponíveis no link https://agenciaeconordeste.com.br/podcasts/eco-nordeste-podcast/), oito newsletters e mais de 110 posts multimídia – em redes como Instagram, Linkedin, X, Bluesky e Facebook.
Quem fez o Projeto ma.to.pi.ba.
O Projeto ma.to.pi.ba. foi executado por uma equipe premiada composta pelas repórteres Alice Sales e Camila Aguiar; os fotógrafos Camila de Almeida e Eduardo Cunha, com edição da jornalista Verônica Falcão e coordenação geral da jornalista Maristela Crispim. Líliam Cunha assumiu a Assessoria de Comunicação; Flávia P. Gurgel o Design; Isabelli Fernandes a edição de podcasts; e Andréia Vitório fez o gerenciamento das redes sociais.
Conanda propõe resolução para permitir aborto até o 9º mês
Mesmo sem peso de lei, a resolução, se aprovada, teria força normativa
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) apresentou em outubro uma proposta para regulamentar o aborto em casos de gravidez decorrente de violência sexual em crianças e adolescentes. A medida busca permitir a interrupção da gestação “independentemente” do tempo gestacional.
O órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos, argumenta que o tempo de gestação não deve ser um impedimento para o aborto em casos de violência sexual. Mesmo sem peso de lei, a resolução teria força normativa, ou seja, caso seja aprovada, deverá ser seguida pelos serviços de saúde, conselhos tutelares, polícias e pelo sistema de justiça.
O argumento central da proposta é que o Código Penal não estabelece limite de tempo para o aborto em casos de estupro, risco de vida para a gestante ou anencefalia do feto. A votação sobre o tema está prevista para os dias 6 e 7 de novembro.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) – de 2022 – que afirma que o tempo gestacional não deveria ser um critério impeditivo para o aborto, foi incorporada pelo Conanda na formulação da resolução, mesmo que o assunto não seja unânime entre os médicos.
Para eles, o limite de semanas de gestação não deve ser um critério para autorizar ou não o aborto, apenas para definir o método a ser usado, conforme as diretrizes da OMS. As informações são da Gazeta do Povo.
A resolução vai contra a polêmica decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proibiu a realização de aborto com assistolia (procedimento que interrompe os batimentos do feto antes de removê-lo) após 22 semanas de gestação. Vale lembrar que essa decisão foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o que deu respaldo jurídico ao Conanda para avançar com a proposta.
Pleno News
III Copa LEM de Basquete movimenta o fim de semana em Luís Eduardo Magalhães
Entre os dias 08 e 09 de novembro, Luís Eduardo Magalhães será palco da III Copa LEM de Basquete Masculino. O evento, realizado pela Prefeitura em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Esportes e a Liga Desportiva, acontece no Ginásio Esportivo Mimoso do Oeste – CEMAC e contará com a participação de 100 atletas distribuídos em sete equipes da cidade.
Com entrada gratuita, o torneio terá início às 19h do dia 08 com os jogos de abertura, enquanto os jogos do segundo dia começam às 10h. O evento é voltado para atletas a partir dos 15 anos, reforçando o compromisso da gestão municipal com a promoção de atividades esportivas para jovens e adolescentes e o desenvolvimento de novos talentos locais.
Equipes participantes:
- CEMAC Basketball
- CMO/LEM
- Carcará
- CMO Elite
- Casado Nets
- West Legends
- Oeste Warriors (ABL)
A Copa LEM de Basquete integra o calendário esportivo promovido ao longo do ano pela Prefeitura, que vem incentivando a prática de diversas modalidades no município.
Serviço:
• O quê: III Copa LEM de Basquete
• Quando: 08 e 09 de novembro
• Onde: Ginásio Esportivo Mimoso do Oeste – CEMAC
• Entrada: Gratuita
Chuvas chegam a Região de Irecê neste fim de semana e podem se intensificar até 2025, diz previsão
Previsão indica chuvas intensas entre os dias 9 e 13 de novembro, com aumento das precipitações até o início de 2025
A previsão do tempo indica que a região de Irecê deverá receber chuvas significativas a partir do próximo fim de semana, conforme informações da Climatempo.
No sábado, dia 9 de novembro, o clima será marcado por sol entre nuvens durante o dia, com possibilidade de céu nublado. A previsão para a noite é de chuva, anunciando o início de um período chuvoso que pode se estender até o dia 13.
No domingo, 10 de novembro, a previsão é de um dia nublado, com chuvas já pela manhã e temporais intensos previstos para a tarde e noite.
A expectativa é que o aumento das precipitações continue nas próximas semanas e se intensifique entre dezembro e janeiro, favorecendo o solo da região, que costuma passar por períodos de estiagem prolongada.
Esse cenário marca o início da estação chuvosa na região, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas, que devem ser mais frequentes até o início de 2025.
Central Notcia